Seringueira;

Não consigo enxerga as árvores, senão como seres espetaculares e essenciais pela grande rede de conexões que mantêm com a vida, seja de maneira ecológica ou ecossistêmica, seja em termos de valores culturais, históricos, simbólicos e tradicionais. 
Além desses valores e da importância essencial que, muitas vezes, é pouco percebida ou pouco consciente para as pessoas, há o valor mais direto e mensurável ligado aos recursos oferecidos por elas e que são modificados e transformados pelo ser humano para atender suas necessidades. Falo, aqui, de elementos como o papel, as frutas, a madeira, a casca, as fibras, as resinas, os óleos, os pigmentos e de diversas substâncias químicas, entre outros.   
O valor das árvores nunca deveria ser reduzido ao fornecimento de produtos, recursos ou matéria-prima. Uma árvore frutífera não é só provedora de frutos, assim como uma árvore que fornece látex também não pode ser vista somente como fornecedora de borracha. Mas, infelizmente, essa é a principal função que a maioria das pessoas percebe nestes seres vivos e nas paisagens à sua volta. Quanto e o que pode ser extraído das árvores e dos locais onde estão?  Quanto minério dessa terra, quanto leite da vaca, quanta celulose por hectare, quanta energia com o represamento do rio, quantas frutas por ano e, assim, de maneira contínua.


A ERA DO LATEX


Genuinamente brasileira, a Seringueira (Hevea brasiliensis) foi um dos principais produtos da economia nacional entre 1870 e 1920, quando era responsável por 25% das exportações do Brasil, perdendo apenas para o café. 
É da Seringueira que se extrai o látex – líquido branco com o qual é possível produzir borracha natural – um produto que deixou de ser exclusivo do Brasil quando sementes contrabandeadas permitiram a outros países explorarem a espécie. 
Também chamada de Seringa e de Cauchu, a árvore já era conhecida dos índios muito antes do descobrimento do Brasil; pudera, na Amazônia há pelo menos 11 espécies diferentes de seringueira.

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